domingo, 17 de abril de 2011

Um Visionário = Homem das Possibilidades // Absurdo!

ARTAUD
BECKETT
  
ABSURDO?


Desde muito cedo acho normal e trivial coisas que, hoje, em se tratando de Teatro, descrevem - com uma grande pitada de preconceito e de conveniência/sobrevivência - como  "ABSURDO [no 'hiperpejorativo' mesmo]". E sempre vi o "diferente" como apenas mais uma cor que ninguém conseguiu ver, mas aquele cara, aquela mulher, conseguiram ver. Ou seja, eles não são incompetentes; pelo contrário; eles enxergam mais do que nós[!?] pobres de visões lineares e literais...

Sempre me interessou "os diferentes" - sempre me atraiu. Os que tomavam choques elétricos para voltarem a ser normais; ISSO, EM QUALQUER ÉPOCA DE TODOS OS TEMPOS; EM QUALQUER LIMITE DE IGNORÂNCIA EXACERBADA QUE SEJA... ISSO NÃO É UM CONTRA-CENSO??; os que Pintavam com novos traços e perspectivas; os que Beijavam e abraçavam de outra forma; os que Amavam mais do que agrediam; os que Compreendiam mais do que criticavam a fragilidade alheia; os que Não roubavam quando podiam; os que Libertavam-se e libertavam o outro quando podiam prendê-los... TODOS ESSES "ANORMAIS" - TUDO ISSO, SEMPRE, DE MODO VOLUNTÁRIO OU NÃO, ME ATRAIU [E  ATRAI]  POIS EU SABIA [E SEI] QUE DE ALGUMA FORMA [A FORMA/PARÂMETRO DE CADA COISA...] TUDO QUE SE TEM COMO ABSURDO É APENAS MAIS UMA POSSIBILIDADE DE CAMINHO A ESCOLHER, OU NÃO, PARA SE CHEGAR NO MESMO FIM [DE TUDO]! 

É manifestação de "terrorismo" quando se prova que ABSURDO já fazemos há muito tempo, com muitas pessoas e com nós mesmo, ao redor do mundo, mas... se não vejamos: 

1) Quando se utiliza de manobras 'escusas' para lubridiar o outro com o que falamos afim de alcançarmos objetivo exclusivamente pessoal, isso não é "esvaziar" o significado da construção da comunicação, que seria o intuito de comunicar algo REAL, para manter a realidade do mundo e das coisas? E alguém pode dizer: "mas mentir também é se comunicar!". Claro que é, porém esse tipo de comunicação Não sustenta a realidade de nada, pelo contrário, DESCONSTROI A FUNÇÃO DA LINGUAGEM, QUE É A DE CONSTRUIR SIGNIFICADO REAL NO MUNDO. Ou seja, o Absurdo apenas ASSUMIU o "papel velado da sociedade" de desconstrução da linguagem e de sua comunicação.        

2) Quando se mata milhões de pessoas SEM causa lógica que justifique este fato Injustificável, e, talvez numa tentativa de legitimar o Ilegitimável, se nomeia esse ato vazio e caótico, de Guerra, não se está esvaziando o sentido da lógica, no sentido e recorte de analise que seja? E quando a sociedade civil e também a sociedade institucional de uma nação legitima esses atos Em Nome de NADA, não se esta vivenciando o Absurdo?       

3) Quaisquer que sejam as "Mazelas Opcionais", mazelas voluntárias construídas e sustentadas por uma sociedade que a alimenta e a justifica com Linguagem e Atitudes VAZIAS, no seio desta mesma sociedade talvez para sustentar sua pseudo-bondade, ou até mesmo para, talvez, assim preencher o tempo rindo, ou "ajudando", ou apenas olhando para essa miséria da moral humana simplesmente para passar o tempo até o momento da morte anunciada aos quatro cantos, desde sempre. Isso tudo; esse Ciclo Vertiginoso de Mazelas Voluntárias (Guerras, etc.) e suas respectivas -VÁRIAS- Conseqüências, desprovidas de quaisquer lógica - isso tudo já não é a Vivência [ não a ação que gerou um resultado mas o Próprio Absurdo] do absurdo?        

4) Quando criamos um desenho (pois precisamos significar coisas, pois assim ingenuamente achamos que "controlamos" elas) e arbitrariamente o chamamos de representação de algo: um átomo, um vírus, não estamos escamoteando nossa incompetência de, de fato, não sabermos o que é, nem por que de "ser assim" e apenas usamos o "Expediente Possível" de DESCREVER algo, arbitrariamente, para fingirmos estamos no comando possível das coisas, para assim vivermos bem.E se, alguém vem e nos lembra essa nossa incompetência que nos tira o prumo, ai sim provocando nossa ira o chamando pejorativamente de Absurdista Maluco. Seguindo este exemplo, o que é Absurdo então: a verdade considerada de uma situação Absurda/Diferente de se estar Vivo, ou a verdade considerada de arbitrariamente achar e definir como coisas Resolvidas quando, na verdade, apenas se descreveu arbitrariamente essas coisas mas não as entende e muito menos as resolveu? O que é absurdo? 

Adoro mágica [não só à dos números arrebatadores do ilusionismo mas as que de forma simples transforma o Íntimo do Humano assim transformando sua Consciência, e esse transformando boa parte da "Configuração" do mundo em que agora vivemos], adoro o que se definiu chamar de fenômenos naturais... Também os "sobre-naturais", ver a contradição humana, a contradição das teses "lógicas" da vida, como por exemplo, a tese de que, eu, com 35 anos, cheio de dúvidas e inquietações, de paz e de amor pela vida, de raivas e frustrações, possa simplesmente morrer simplesmente porque minha parte física não acompanha mais minha Consciência Viva... Vivíssima. 
IONESCO
MEYERHOLD
No TEATRO 

As Artes assumiram a verdade cotidiana, vulgo, ABSURDO, em maior grau e repercussão [pois sempre houveram os que enxergavam o óbvio] após a 1ª Guerra Mundial  de 1914-18. Era o momento da "Arte Moderna" - momento ao qual se  refere a uma nova abordagem a qual >Não< mais era importante representar literalmente qualquer objeto artístico, caminhando com cada vez mais freqüência em direção à ABSTRAÇÃO.

Dos Movimentos Vanguardistas, se destacam o Expressionismo {os alemães Max Reinhardt e Erwin Piscator e o russo Vsevolod Meyerhold. Cenógrafos como o inglês Edward Henry Gordon Craig e o americano Robert Edmond Jones}, o Teatro Épico {Bertold Brecht}, o Teatro da Crueldade {Antonin Artaud} e o Teatro do Absurdo {Samuel Beckett, Jean Tardieu, Eugène Ionesco, Arthur Adamov, Harold Pinter e Harold Albee}.

* CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA:


O início do século XX foi marcado por >vários conflitos políticos< como a 1ª Guerra Mundial (1914/18), que causa na sociedade como um todo, desequilíbrio Moral, Econômico e Político.

Em meio às desilusões do continente europeu destruído, as tendências comunistas e fascistas começaram a atrair boa parte da população. Ao mesmo tempo, os tratados que deram fim à Primeira Guerra incitaram um sentimento de ódio e revanche que, mais tarde, prepararam uma nova guerra.

Os valores sociais são questionados e posto sob revisão. Foi nesse contexto histórico que se desenvolveu a Arte da primeira metade do século XX - uma arte de questionamento e de reação extrema ao positivismo e sentido linear, anteriormente instituídos.


* Advento do Comunismo:

Revolução Russa de 1917 foi uma série de eventos políticos na Rússia, durante os quais os operários e camponeses sucessivamente derrubaram a autocracia russa, o governo provisório e expropriaram campos, fábricas e demais locais de trabalho. Estes eventos resultaram numa guerra civil que durou de 1918 a 1921. Durante este processo, os Bolcheviques criaram um poderoso exército, que submeteu igualmente a classe operária e os demais partidos, ao mesmo tempo que adotou o discurso comunista. >> Onda da Valorização das Massas / Comunismo <<


* Crise Burguesa das Economias Nacionais devido a 1ª Guerra / Crise de 1929:


    As conseqüências da 1ª Guerra foram pesadas para os países europeus, principalmente para os diretamente envolvidos no conflito. No geral, o capitalismo europeu iniciou um processo de declínio. O número de desempregados permanecia constante e, apesar do aumento da produção, a maioria das indústrias trabalhava com capacidade ociosa. Entretanto, apesar desses “maus presságios”, a especulação financeira era intensa: em 24 de outubro de 1929 ocorreu, na Quinta-Feira Negra, a quebra da Bolsa de Nova Iorque, quando nesse dia foram lançados no mercado milhões de títulos, os quais não encontraram compradores, gerando a Grande Crise Burguesa alçando uma enorme caos de valores econômicos morais e sociais. >> Crise do Ideal Burguês <<.



Vídeos sobre Artaud 
>>  
>> A partir do 1:10s minuto... Filme: Joana D'arc avec Artaud


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"UBU REI" de ALFRED JARRY {Grupo Onitorrinco -SP} [LER esta obra é melhor do que VER] 


Até mais ver! 


Ednei Alessandro_abril/11