Na última semana do mês de agosto foi realizado na PRACATUM as oficinas do projeto Curta Colaborativo.
Este projeto tem como objetivo, trabalhar educação, cultura e criação em cinema, o projeto Curta Colaborativo firma parceria com a Associação PRACATUM, Ong presidida pelo multiartista Carlinhos Brown, que promoveu as oficinas de cinema nas dependências da PRACATUM, e os participantes, com melhor rendimento, poderão participar também da produção do curta: “Sorte ou Revés”, com roteiro e direção da cineasta Sophia Mídian.
Com Oficicas de Preparador de Elenco; Roteiro; Direção de Arte, Fotografia e Fotografia; Produção Executiva que duraram 5 dias, das 14 horas às 18 horas.
A Oficina de Preparação de Elenco, a qual fiz parte, foi oferecida por Marcelo Souza Brito.
Todo o Projeto tem Apoio Financeiro da Fundação Cultural do Estado da Bahia.
--------------
A experiência em interpretação; em qualquer trabalho de interpretação em que eu estou, tem algumas coisas de inovação, de sensação nova, mas também, de algo em comum, de antigo, a todos os processos acadêmicos e profissionais os quais passei até o momento.
De Comum a Todos os processos:
- a sensação de amor e respeito que EU ainda possuo por tudo ligado à interpretação, e como disse a mim, uma vez um grande encenador por qual tive a honra de somar meu interesse pala interpretação - "não importa qual é a vertente; qual é a linguagem: a verdade é o que importa!". Minha verdade esta, mais uma vez, ali presente, graças a deus; graças a mim.
- as dificuldades afins á busca de fazer o que a natureza humana faz sem perceber, e vive fazendo, mas, contudo, quando é provocado a servir à interpretação, se coloca como desafio a ser, mais uma vez, transposto. E o trabalho, a repetição do ensaio, quando se tem o tempo necessário pra se repetir, é o que se pode, talvez nos levar a êxito da tarefa citada.
- Bom rever o viés de estímulo proposto, em que o aluno é quem entregava sua proposta à cena; ora através do corpo, ora através da música, mas nesse momento específico, a partir do aluno, e isso é sempre bom de fazer e de se ver. Porque o exercício: (a) parte espontaneamente da vivência do aluno, de seu corpo e de sua sensação; (b) o movimento silencioso de ir se estabelecendo um estado promove ORGANIZAÇÃO por um lado, e RESPEITO ao "estado" do OUTRO, levando-se em conta seu estado,e o do outro ao mesmo tempo. Que pena que esse raro efeito é feito menos vezes do que seu valor e importância propõem.
De Novo e Peculiar:
- uma muito maior demanda pela experiência da interpretação. por vários motivos: vaidade, moda, confusão em avaliar interpretação como lugar de terapia, mas também, pelos motivos, digamos, mais dignos da interpretação, como: vocação, respeito, séria curiosidade, necessidade de fazer tal qual a de RESPIRAR (bem poucos, claro).
- a verificação de que, 5 dias, 4 horas/dia; na verdade 4 dias pois o último dia serviu para uma avaliação, através de comentários, servem para marcar a direção a ser trilhada, mas ao MEU ver, não marca de fato a "gravidade" da busca pelos fundamentos no aprendizado em interpretação. Acredito que 4 horas/dia em DUAS semanas seja, ao MEU ver, o mínimo para se chegar uma uma fase que se possa apresentar como fase Inicial para o aprendizado em interpretação. Eu já percebia assim, e agora, tive a minha certeza. Isso no que diz respeito a uma fase em que se possa chamar de uma "fase inicial e geral em interpretação", para o que for: teatro, Cinema ou Tv: para a verdade do desafio que é a interpretação.
- a, cada vez mais contrastante, sensação de presenciar "gente desinibida", se intitulando como "gente vocação doravante ao teatro" como disse o homem de teatro Artaud. E isso, não me entristecesse e nem me preocupa, pois, como disse, o Contraste é cada vez mais, tão grande quanto a procura da interpretação por essa "gente desinibida e solta"; mas claro que essa gente desinibida é confundida, devido a falta de observação afinada, como gente de teatro. E hora nenhuma aqui me refiro ao fato de que as pessoas que procuram pelo conhecimento em interpretação já apareçam "prontos", tecnicamente estabelecidos (seria uma ingenuidade, no mínimo, de minha parte) , pois nem os homens de vocação esta prontos e nunca estarão. Mas falo aqui do fato em que, mesmo não tendo a técnica (e não têm que a possuir; claro que não) se comportem com a seriedade e o empenho e respeito à Interpretação que esta necessita e merece, sob pena de continuarem a ser pessoas desinibidas que desejam e pensam ser atores.
Os "homens de teatro", com ou sem técnica, novatos ou antigos, sabem que o teatro é uma religião em que o Deus É o Homem e suas verdades. Não há lugar para Desinibidos no verdadeiro teatro; na verdadeira INTERPRETAÇÃO. E é preciso ajudar a diferenciar o que, graças aos céus, já se apresenta bem diferenciado pelo Óbvio e pratico Contraste de comportamento ante ao processo(s) do aprendizado/pesquisa no conhecimento da interpretação.
Em suma, o processo da oficina de 5 dias foi bom sim, por tudo: para reafirmar o que se deve fazer e, claro, também, para fortalecer a distância dos equívocos básicos que não haviam mais pela minha estrada de aprendizado e prática, mas que os desinibidos, teimam em ressuscitar.
Mas... não tenho medo de cadáver. Apenas temo a morte da vocação incisiva à arte. Uma grande perda.
Parabéns a todos nós, pelos motivos que for, que ministrando as oficinas ou no lugar de alunos, passamos por esse lugar grandioso da Interpretação.
Evoé! *_^